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CONTRATO DE LICENÇA E/OU PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA DESENVOLVEDORES DE SOFTWARE.

  • Foto do escritor: Matheus Adriano Paulo
    Matheus Adriano Paulo
  • 24 de abr.
  • 3 min de leitura


Introdução


Começar a atuar como programador freelancer ou abrir uma empresa de desenvolvimento de software pode parecer empolgante — e realmente é. A sensação de conquistar os primeiros clientes, entregar seus primeiros projetos e ver o código funcionando no ar é incrível. Mas, no meio desse entusiasmo, tem algo que a maioria de nós deixa de lado: a parte jurídica. E eu falo isso por experiência própria.

Lá no início, eu também achava que bastava combinar tudo pelo WhatsApp, fazer o projeto direitinho e entregar. Só que, com o tempo (e alguns problemas), eu descobri que isso não é suficiente. Na verdade, é um erro comum e perigoso que pode comprometer seu trabalho, sua renda e até sua reputação.

Por isso, resolvi compartilhar aqui tudo o que aprendi sobre o que você, como programador, não deve fazer em um contrato de prestação de serviço — especialmente se ainda está começando ou se atua como autônomo. Meu objetivo com esse artigo é te ajudar a evitar as ciladas que eu (e tantos outros colegas) já enfrentei.


 

 Não trabalhar sem contrato formal


 

Sim, parece óbvio, mas é mais comum do que deveria. Muitos programadores começam projetos com base apenas em uma conversa informal, um orçamento enviado por mensagem ou um áudio no WhatsApp. Acontece o seguinte: você começa a programar, entrega uma prévia, faz ajustes, e no final... tudo vira uma grande zona cinzenta. O cliente muda o escopo, pede alterações infinitas, e você não tem respaldo nenhum.

Um contrato não é só uma formalidade — é o documento que define claramente o início, meio e fim do trabalho, os prazos, o valor, as entregas e, principalmente, os direitos e deveres de cada parte.


 

Ignorar a questão da propriedade intelectual


 

Esse ponto é, talvez, o mais negligenciado pelos programadores. Você precisa deixar claro no contrato o que exatamente está sendo entregue. Está vendendo o uso do software ou o código fonte?

A diferença é brutal. Se você entrega apenas o uso, a propriedade intelectual do código continua sendo sua. Agora, se entrega o código fonte, o cliente passa a ter total liberdade para alterar, repassar para outro programador, adaptar ou até vender o sistema para terceiros.

Em muitos casos, você pode não querer abrir mão do seu código, especialmente se pretende reaproveitar partes dele em outros projetos ou vendê-lo a mais de um cliente. E está tudo bem — desde que isso esteja especificado no contrato.


 

Saber que há alternativas (usá-las ao seu favor)


 

Existe um meio-termo bastante útil: você pode ceder o código, mas se reservar o direito de continuar usando e comercializando. Isso permite que o cliente tenha acesso ao software, mas sem exclusividade. Um equilíbrio justo para ambas as partes, que deve constar de forma objetiva no contrato.


 

 Precifique de acordo com o que está entregando


 

A definição do que está sendo entregue influencia diretamente na precificação. Não é a mesma coisa cobrar R$ 1.000 por uma landing page onde você entrega apenas o uso, ou cobrar o mesmo valor entregando todo o código fonte.

Agora, imagine que você desenvolve uma plataforma completa, como um sistema de contratos inteligentes com IA. Vai entregar tudo por esse mesmo valor? Ou vai cobrar de acordo com a complexidade, o valor comercial do produto e a cessão (ou não) dos direitos?


 

Não espere o problema aparecer para correr atrás de solução


 

A maior parte dos programadores que conheço só busca ajuda jurídica depois que o problema já aconteceu. Depois que o cliente some sem pagar. Depois que o código é usado por outro sem autorização. Depois que aparece um processo judicial.

Não seja essa pessoa. Se você puder evitar dor de cabeça desde o início, evite. Um bom contrato é como um seguro: parece exagero até o dia em que você precisa dele.


 

Conclusão


 

Se você é programador, desenvolvedor ou empresário no ramo de tecnologia, é fundamental começar a tratar a parte jurídica do seu trabalho com a mesma seriedade com que você cuida do seu código. Um contrato bem feito protege seu tempo, seu esforço, sua criação e sua reputação.



Instagram: @matheusadrianopaulo

 
 
 

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