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MARKETING JURÍDICO.

  • Foto do escritor: Matheus Adriano Paulo
    Matheus Adriano Paulo
  • 20 de mar.
  • 4 min de leitura


O marketing jurídico é um tema que gera muitas dúvidas entre os advogados. Existe uma linha tênue entre o que pode ser feito e o que é considerado irregular. Nesse artigo, vou abordar os principais aspectos do marketing jurídico, explicando o que você pode e o que não pode fazer, de acordo com as normas da OAB.

 

A premissa do marketing jurídico

 

O marketing jurídico, em sua essência, é a promoção da advocacia, com o objetivo de atrair novos clientes. No entanto, ao associar marketing à advocacia, surgem algumas restrições, principalmente com relação ao Código de Ética da OAB, que veda práticas mercantis, ou seja, a venda direta de serviços jurídicos.

Apesar disso, o Provimento 205/2021, que trata especificamente sobre marketing jurídico, permite que o advogado realize a promoção de conteúdo nas redes sociais, desde que este conteúdo não tenha caráter comercial. Ou seja, é permitido divulgar informações úteis e educativas, mas não realizar promoções ou descontos.

 

O que não pode ser feito

 

Então, o que não pode ser feito no marketing jurídico? A principal restrição é a realização de propaganda com caráter mercantil. Isso inclui promoções como "faça seu divórcio no meu escritório e ganhe 30% de desconto", ou ainda ofertas do tipo "compre cinco ações de alimentos e ganhe uma grátis". Esse tipo de marketing, que tem como objetivo atrair clientes com base em preços ou promoções, não é permitido na advocacia, pois configura um comportamento mercantil.

Embora outras áreas comerciais, como escolas de inglês ou lojas de produtos, possam realizar esse tipo de promoção, no contexto jurídico, isso é proibido. A advocacia deve se manter distante dessas práticas, que são vistas como uma venda direta de serviços.

 

O que pode ser feito: conteúdo informativo

 

Agora, vamos falar sobre o que pode ser feito no marketing jurídico. A resposta é simples: conteúdo informativo. O marketing jurídico permite que você compartilhe conteúdos educativos sobre sua área de atuação, sempre com a finalidade de informar, e não de vender diretamente seus serviços.

Por exemplo, este vídeo que estou produzindo tem o objetivo de explicar como funciona o marketing jurídico, o que é um serviço jurídico e qual a melhor forma de realizá-lo. Esse conteúdo não é mercantil, pois estou compartilhando informações relevantes, e não oferecendo meus serviços diretamente.

Além disso, caso eu tivesse uma plataforma de cursos para advogados, eu poderia promover esse produto, já que não se trata de um serviço jurídico, mas de um produto diferente. Nesse caso, eu poderia compartilhar preços, descontos e outras condições comerciais, pois isso não está relacionado ao serviço jurídico em si.

 

A estratégia do marketing indireto

 

Se você opta por produzir conteúdo informativo, é essencial entender que o marketing jurídico deve sempre ser feito de forma indireta. Não é permitido fazer chamadas diretas à ação, como "faça sua ação de alimentos comigo" ou "entre em contato pelo número tal para realizar sua ação". Esse tipo de convite direto para contratar seus serviços é proibido.

O correto é ser sutil, como por exemplo: "procure um advogado de sua confiança para saber mais sobre o processo de ação de alimentos". Esse tipo de abordagem é aceitável porque não está diretamente incentivando a contratação do serviço, mas, ao mesmo tempo, pode despertar o interesse do cliente para saber mais e, eventualmente, entrar em contato.

A ideia é que, ao compartilhar um conteúdo informativo, a pessoa que tenha interesse no assunto naturalmente busque mais informações, talvez acessando seu site ou entrando em contato pelo WhatsApp. E é aí que o marketing indireto começa a funcionar. Ao gerar confiança e credibilidade com o conteúdo, você estará criando um relacionamento com o potencial cliente, o que poderá resultar em uma futura contratação.

 

Marketing jurídico: Mais do que curtidas

 

É importante também deixar claro que o marketing jurídico não deve ser pautado unicamente pelo número de curtidas, comentários ou visualizações. Claro, as pessoas gostam de conteúdos polêmicos ou engraçados, e essas publicações têm maior chance de viralizar, mas o objetivo do marketing jurídico deve ser sempre a educação e a conscientização.

O foco do marketing jurídico é construir autoridade e confiança, e isso será refletido na forma como as pessoas interagem com você, independentemente do número de curtidas. A produção de conteúdo informativo ajuda a fortalecer sua imagem como especialista, o que vai atrair clientes de maneira mais orgânica.

 

O marketing jurídico nas redes sociais e outros canais

 

O marketing jurídico não se resume apenas às redes sociais. Ele também pode ser feito em eventos, em pós-graduações, em comissões e em qualquer outro momento em que você esteja divulgando sua imagem e conhecimento. Cada vez que você se apresenta como uma autoridade no seu campo de atuação, você está, na verdade, fazendo marketing jurídico.

Não podemos ignorar que, embora a advocacia também seja uma área comercial, o marketing jurídico exige uma abordagem ética e respeitosa, sempre evitando as práticas mercantis e focando em um conteúdo que seja útil para o público.

 

Conclusão

 

O marketing jurídico é uma ferramenta poderosa, desde que utilizado dentro dos limites éticos. Ao focar em conteúdo informativo e promover sua imagem de maneira indireta, você consegue atrair clientes e gerar confiança, sem violar as regras da OAB. Ao final, o cliente buscará seus serviços porque confia no seu conhecimento, não porque foi atraído por descontos ou promoções.

Portanto, sempre que for produzir conteúdo, pense se ele tem caráter de venda direta ou se está sendo feito de forma ética e informativa. O marketing jurídico eficaz é aquele que constrói relacionamentos duradouros com os clientes, sem perder de vista os princípios éticos da profissão.

 

Instagram: @matheusadrianopaulo

 
 
 

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