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Fui vítima de um golpe? saiba como agir e se proteger

  • Foto do escritor: Matheus Adriano Paulo
    Matheus Adriano Paulo
  • 15 de mai.
  • 3 min de leitura


Você sabia que, no Brasil, a cada sete segundos uma pessoa é vítima de um golpe? Esse número é alarmante, mas infelizmente é a realidade do nosso país. Os golpes estão por toda parte e, ao que tudo indica, vieram para ficar. Por isso, resolvi escrever esse artigo para alertar você sobre os principais tipos de fraudes e, mais importante, como se proteger delas.


A criatividade dos golpistas não tem limites


Quando pensamos em golpe, é preciso entender que não se trata de algo isolado ou pontual. Existem inúmeros tipos e formas de atuação. Já vi de tudo: golpes por e-mail, em que enviam boletos falsos; golpes por SMS; mensagens falsas no WhatsApp; e até aquele conhecido golpe do motoboy. A criatividade dos criminosos parece infinita — e não estamos lidando com amadores.

Esses golpes geralmente não são obra de uma pessoa sozinha. Estamos falando de quadrilhas bem organizadas, com estrutura, divisão de funções e acesso a dados sensíveis. É um verdadeiro esquema criminoso.


Quando o golpe chega até o escritório


Infelizmente, meu próprio escritório tem sido alvo frequente, ou melhor, nossos clientes têm sido vítimas. Um dos golpes mais comuns que temos enfrentado é o seguinte: os criminosos entram em contato com o cliente usando uma foto minha e um número de WhatsApp falso. Dizem que o cliente ganhou uma ação no valor de R$ 150 mil, mas que o dinheiro só estará disponível daqui a oito meses. A armadilha? Oferecem a possibilidade de antecipação desse valor mediante o pagamento de uma “taxa” de R$ 4 mil.

Muitas vezes, o cliente, necessitado e emocionado com a notícia, acaba realizando o pagamento sem suspeitar. E só depois percebe que caiu em um golpe. Nesses casos, a pergunta que sempre ouço é: “Tem como recuperar esse dinheiro?”


Existe chance de recuperar o valor?


A verdade é que, na maioria das vezes, não. O depósito foi voluntário — ainda que tenha sido induzido por um golpe. No entanto, há uma pequena janela de oportunidade: agir imediatamente.

Se você (ou alguém próximo) acabou de cair em um golpe, o primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência. Em seguida, entre em contato com o banco o mais rápido possível, relatando a fraude e solicitando o bloqueio do Pix ou da transferência.

O que pode acontecer — e já vimos alguns casos de sucesso — é o banco conseguir bloquear o valor na conta do golpista ou de um “laranja” antes que o dinheiro seja transferido para uma terceira conta. Mas, para isso, é crucial agir com extrema rapidez.


E a justiça, pode ajudar?


Já tentamos, em casos mais graves, entrar com ações judiciais contra a Meta (empresa responsável pelo WhatsApp), alegando que a plataforma permitiu a criação de contas falsas com minha imagem e nome. Mas, honestamente, as chances de sucesso são pequenas. É difícil responsabilizar a empresa por esse tipo de situação, embora tenhamos tentado para minimizar os danos aos nossos clientes.

O caminho mais eficaz continua sendo registrar o boletim de ocorrência e agir junto ao banco. Se houver saldo disponível, o bloqueio pode ser realizado. E, se o caso evoluir para uma investigação policial, os valores podem ser resguardados.


Dicas importantes para não cair em golpes


Para evitar ser mais uma vítima, compartilho aqui algumas orientações básicas, mas extremamente importantes:

  1. Desconfie de qualquer solicitação de dinheiro feita por WhatsApp, mesmo que pareça vir do seu advogado.

  2. Confirme a identidade através de canais oficiais: procure o site, Instagram, Facebook ou Google do seu advogado para confirmar se aquela informação é verdadeira.

  3. Lembre-se: nenhum advogado vai te pedir dinheiro por mensagem sem um contrato assinado.

  4. Fique atento a sites falsos de empréstimos ou compras. Verifique a URL, a reputação e evite clicar em links suspeitos.


Um problema estrutural e crescente


O que mais me preocupa é que esses golpes são altamente estruturados e constantemente aperfeiçoados. Há semanas em que recebo relatos de cinco ou seis clientes que depositaram dinheiro para golpistas. Em outros períodos, há uma pausa. Mas, inevitavelmente, eles voltam a atacar.

Infelizmente, essa prática criminosa parece que vai continuar existindo enquanto houver vítimas. E por mais que a gente tente, não conseguimos impedir todos os casos. O que podemos fazer é alertar e orientar.

Se você foi vítima, siga esse caminho: boletim de ocorrência + contato com o banco. E não hesite em buscar orientação jurídica para verificar se é possível, mesmo que em raros casos, reaver os valores.



Instagram: @matheusadrianopaulo

 
 
 

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